Biologia Celular
Célula do epitélio intestinal
Transportes
Alberts, Molecular biology of the cell, 4th edition
Nas células do epitélio intestinal, a membrana plasmática permite o transporte por difusão simples de água e moléculas apolares, porém a célula ainda precisa de certos íons, carboidratos, aminoácidos, nucleotídeos e metabólitos celulares que irão passar muito lentamente pela bicamada lipídica.
Esse transporte ocorre através de proteínas transportadoras de membrana, que estão divididas em duas principais classes, essas são as proteínas carreadoras e os canais.
O transporte de cada classe de molécula(íons, carboidratos e aminoácidos) é realizado por proteínas específicas.
Proteínas carreadoras (também chamadas de permeases ou transportadoras) se ligam a um soluto específico e sofrem uma série de mudanças conformacionais para facilitar a passagem do soluto pela membrana. O transporte pelas carreadores pode ocorrer de três formas: uniporte onde apenas um substrato é carregado pela permease; o simporte onde dois ou mais solutos são transportados no sentido do gradiente eletroquímico pela mesma permease e o contraforte onde um soluto sai no sentido do gradiente e um entra no sentido anti-gradiente pela mesma permease.
As proteínas de canais possuem uma interação mais fraca com o soluto, são proteínas integrais que formam canais seletivos para facilitar o transporte de grandes moléculas e íons, a taxa de passagem dos solutos pelos canais é maior do que por permeases.
Nas células do epitélio intestinal temos a ocorrência dos três tipos de transporte: simporte, monotransporte e contra-transporte.
A difusão facilitada ocorre na região basal do epitélio, as moléculas de glicose são transportadas através da membrana para os vasos capilares a favor do gradiente eletroquímico, assim a glicose entra na corrente sanguínea, apenas uma molecula sai da célula com o auxilio da proteina pelo monotransporte.
A simporte ocorre na região apical do epitélio, nas microvilosidades, esse transporte contra o sentido do gradiente eletroquímico e possui gasto energético, a glicose junto com íons de Na+ entra por proteínas carreadoras, esse processo é chamado simporte(ou co-transporte) devido ao transporte de (glicose + Na+) por apenas uma proteína carreadora.
Por fim, também na região basal ocorre transporte ativo, um processo auxiliado por proteínas carreadoras e uma fonte de energia, com a chamada bomba de Sódio-Potássio onde 3 moléculas de Na+ (do meio intracelular) são trocadas por 2 moléculas de K+ (do meio extracelular). Esse processo e utiliza energia proveniente da quebra de ATPs (realizado por uma ATPase) para a realização do transporte ativo, o de saída de Na+ e entrada de K+ ocorre por uma mesma proteína carreadora, esse processo é chamado de contra-transporte pois enquanto um íon entra o outro sai no sentido contrário ao gradiente eletroquímico.
